Nesta quarta-feira (10), forças dos Estados Unidos interceptaram e apreenderam um navio-petroleiro nas proximidades da costa venezuelana, anunciou o presidente americano, Donald Trump, aumentando ainda mais a tensão já elevada entre Washington e Caracas.
Durante um evento com empresários na Casa Branca, Trump confirmou a operação, descrevendo o navio como “grande” e afirmando que a ação ocorreu por motivos considerados legais pelas autoridades americanas. A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, divulgou nas redes sociais um vídeo que mostra agentes do FBI, da Homeland Security Investigations e da Guarda Costeira executando um mandado de apreensão a bordo da embarcação. Segundo ela, o petroleiro estava sendo utilizado para transportar petróleo sancionado dos governos da Venezuela e do Irã, em uma rede que, de acordo com a administração americana, apoia organizações terroristas estrangeiras.
A operação é parte de um quadro mais amplo de pressão dos EUA sobre o governo do presidente Nicolás Maduro, que inclui um reforço significativo da presença militar no Caribe e ações contra embarcações ligadas ao narcotráfico.
Reação de Caracas
O governo venezuelano repudiou a ação, classificando-a como uma “interferência ilegal e brutal” nos assuntos do país. Em um discurso nas ruas de Caracas, Maduro criticou o que chamou de políticas intervencionistas de Washington e enfatizou a defesa da soberania nacional e dos recursos naturais venezuelanos.
Em comunicado oficial, a administração de Maduro afirmou que denunciará a apreensão diante de organismos internacionais, sustentando que se trata de um “crime” e de um “roubo” dos ativos venezuelanos.
A escalada demonstra como as relações entre os dois países – já tensas por causa de sanções, acusações mútuas sobre narcotráfico e disputas políticas – se aprofundaram nos últimos meses. Apesar das alegações dos Estados Unidos sobre a legalidade da apreensão e dos motivos de segurança, Caracas insiste que a medida expõe um padrão de agressão e intento de controle sobre a principal riqueza econômica do país: o petróleo.




