Decisão da CBF mantém regras atuais para gramado sintético
Durante a reunião do Conselho Técnico realizada nesta quinta-feira (11), no Rio de Janeiro, a CBF definiu que continuará valendo a regulamentação atual sobre o uso de gramados sintéticos no futebol brasileiro.
Apesar da pressão de Flamengo e Fluminense para levar o tema à votação, a proposta de proibição não foi incluída na pauta.
Flamengo defende proibição e apresenta documento técnico
O debate voltou à tona depois que o Flamengo divulgou um documento defendendo o veto aos gramados sintéticos nas competições nacionais.
No material, o clube argumenta que esse tipo de piso não oferece condições ideais para o futebol de alto rendimento, não é utilizado nas principais ligas europeias e não aparece em campeonatos de países como Argentina, Uruguai e Colômbia. Segundo o Flamengo, nenhum país campeão mundial permite o uso desse tipo de gramado, com exceção do Brasil.
O clube também cita estudos que apontariam maior risco de lesões e alerta que jogadores de alto nível poderiam evitar o futebol brasileiro devido às condições do piso artificial.
Para minimizar impactos aos clubes que usam gramado sintético, o Flamengo sugere uma transição, com eliminação do piso na Série A até o fim de 2027 e na Série B até 2028. O documento propõe ainda a criação de padrões mínimos de qualidade para todos os gramados, naturais ou artificiais, incluindo testes técnicos de desempenho e critérios estruturais como altura da grama, tipo de fibra, amortecimento e manutenção.
Clubes com gramado sintético rebatem críticas
Em resposta à movimentação do Flamengo, Athletico-PR, Atlético, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras divulgaram uma posição conjunta defendendo o uso do gramado sintético.
Esses clubes afirmam que o Brasil não possui qualquer padronização oficial de gramados e que focar críticas apenas no piso artificial distorce a discussão. Eles sustentam que gramados sintéticos de alta performance superam muitos campos naturais mal conservados no país e afirmam que não há comprovação científica definitiva de que o piso moderno aumente o número de lesões.
Debate deve continuar ao longo de 2026
Mesmo com a manutenção das regras atuais, o tema está longe de ser encerrado.
A CBF deve continuar avaliando as propostas apresentadas por clubes e profissionais do setor e pode retomar o assunto em 2026, com possibilidade de revisar a regulamentação e estabelecer padrões técnicos para os campos de jogo no futebol brasileiro.




