Na noite desta terça-feira (9/12/2025), motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista decidiram encerrar a paralisação iniciada no fim da tarde, após uma reunião entre representantes da categoria, das empresas de transporte coletivo e da Prefeitura de São Paulo. A greve começou de forma repentina por volta das 17h e afetou diversas regiões da cidade.
Motivo da paralisação
A mobilização ocorreu por causa do atraso no pagamento da primeira parcela do 13º salário e da insegurança quanto ao depósito de outros benefícios trabalhistas, como o vale-refeição referente a férias. Segundo o sindicato da categoria, havia um acordo para que os valores fossem pagos até meados de dezembro.
No entanto, ainda na manhã de terça-feira, empresas do setor enviaram comunicação informando que não conseguiriam cumprir o prazo previsto, solicitando mais tempo sem apresentar uma data concreta para a regularização. Diante disso, os trabalhadores decidiram cruzar os braços.
Impacto imediato na cidade
A paralisação causou transtornos significativos para a população, principalmente no horário de pico. Milhões de passageiros foram afetados, com pontos de ônibus lotados e superlotação em estações de metrô e trens. Muitos usuários tiveram dificuldade para voltar para casa.
Em razão do impacto, a prefeitura suspendeu o rodízio municipal de veículos naquela tarde. Também foi registrado boletim de ocorrência contra empresas de ônibus por descumprimento contratual, uma vez que a paralisação ocorreu sem aviso prévio, o que é proibido em serviços essenciais.
Reunião e acordo para encerrar a greve
A reunião ocorreu na sede da prefeitura e contou com a participação do prefeito Ricardo Nunes, secretários municipais, representantes do sindicato dos motoristas e empresários do transporte coletivo. Após cerca de uma hora e meia de negociação, foi firmado o compromisso de que os pagamentos pendentes do 13º salário seriam realizados até o dia 12 de dezembro.
Diante do acordo, os trabalhadores decidiram encerrar a paralisação ainda na noite de terça-feira e retomar as operações gradualmente.
A reação do prefeito Ricardo Nunes
O prefeito Ricardo Nunes reagiu de forma dura à greve, classificando a paralisação como “inaceitável”. Ele afirmou que a prefeitura está com os repasses financeiros às concessionárias em dia e que o problema se deu exclusivamente pela gestão financeira das empresas de ônibus.
Nunes também fez um apelo direto aos motoristas e cobradores para que retomassem o trabalho, destacando a importância do serviço de transporte público para a população paulistana. Segundo o prefeito, a cidade não pode ser penalizada por falhas administrativas das empresas.
Além disso, ele alertou que a prefeitura adotará medidas administrativas e jurídicas contra as concessionárias que não cumprirem o acordo. Entre as punições possíveis, está a rescisão dos contratos, caso haja reincidência no descumprimento das obrigações trabalhistas.
Retorno gradual à normalidade
Com o fim da paralisação, o sistema de ônibus da capital começou a operar novamente de forma gradual ainda na noite de terça-feira. A situação expôs fragilidades financeiras do setor de transporte coletivo e reacendeu o debate sobre a sustentabilidade do modelo de concessão adotado na cidade.
Por ora, a promessa de pagamento garantiu o fim da mobilização, mas o episódio deixou em alerta tanto os trabalhadores quanto o poder público e os usuários do transporte.




