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Relator mantém escala 6×1 e jornada de 40 horas semanais mesmo após críticas do governo

O relator da PEC que discute a jornada de trabalho no modelo 6×1, deputado Luiz Gastão (PSD-CE), decidiu manter no texto a possibilidade de trabalho por seis dias na semana, com carga máxima de 8 horas diárias e 40 horas semanais. A manutenção do formato ocorre apesar das críticas públicas feitas por integrantes do governo federal.

A proposta original, apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), previa o fim da escala 6×1 e estabelecia uma jornada de quatro dias de trabalho, totalizando 36 horas semanais.


Relator afirma risco de impacto econômico

Durante os debates na subcomissão responsável por analisar a PEC, Gastão argumentou que a redução drástica da jornada poderia gerar efeitos negativos na economia, como:

  • queda na produção;
  • redução da produtividade;
  • aumento do desemprego.

Com base nessas preocupações, o relator optou por fazer alterações significativas no texto inicial.


Comparação entre a proposta original e o relatório

Proposta originalRelatório de Gastão
Jornada 4×3Jornada 6×1 mantida
Até 36 horas semanaisAté 40 horas semanais
Até 8 horas diáriasAté 8 horas diárias

Governo critica mudanças e diz ter sido surpreendido

Representantes do Planalto reagiram negativamente ao parecer. Em entrevista coletiva, membros do governo afirmaram que foram “surpreendidos” pela manutenção do modelo 6×1. A crítica reforça a divergência de visão entre Executivo e relatoria sobre o futuro da regulamentação trabalhista.


Redução gradual da jornada atual

Hoje, a legislação permite uma jornada de até 44 horas semanais. O novo relatório prevê uma transição progressiva:

  • redução imediata para 42 horas semanais;
  • redução de 1 hora por ano, até atingir 40 horas.

Nos finais de semana — sábados e domingos — o texto fixa limite de 6 horas por dia, além de bonus: horas extras trabalhadas nesses dias devem ser pagas com adicional de 100%.

O parlamentar também afirma que toda redução de jornada ocorrerá sem diminuição de salários.


Compensações aos empregadores

Para equilibrar custos, o relatório sugere um modelo de desoneração gradual da folha de pagamento para empresas em que o gasto com salários corresponde a parcela elevada do faturamento.

A proposta prevê:

  • desconto inicial de 0% para empresas cuja folha represente até 29% do faturamento;
  • desoneração progressiva até 50% para aquelas cuja folha alcance 50% ou mais do faturamento.

Próximos passos da PEC

A subcomissão especial da escala 6×1 se reunirá nesta quarta-feira (3), para analisar oficialmente o relatório. Após essa etapa, o texto ainda passará pela Comissão de Trabalho e pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara antes de seguir para votação em plenário.