Fim da Estrutura Emergencial
O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira, 8 de dezembro de 2025, o encerramento da Sala de Situação criada em outubro para acompanhar o surto de intoxicação por metanol. A decisão foi tomada após a redução expressiva no número de novos casos e mortes, mas autoridades reforçam que o risco de contaminação ainda persiste e que a vigilância continuará ativa.
Entre setembro e dezembro, 73 pessoas foram diagnosticadas com intoxicação por metanol, resultando em 22 mortes distribuídas principalmente em São Paulo, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso e Bahia.
Queda de Casos e Retorno ao Monitoramento Rotineiro
O último caso confirmado ocorreu em 26 de novembro, motivando a transição do acompanhamento emergencial para o fluxo regular de vigilância pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
O ministro Alexandre Padilha afirmou que o país está em “estabilidade epidemiológica”, destacando que encerrar a Sala de Situação não significa interromper o monitoramento, que seguirá acompanhando casos suspeitos e emitindo alertas quando necessário.
Origem e Distribuição do Surto
A maioria dos casos foi registrada em São Paulo, com 50 confirmações, seguida por Pernambuco, com 8 casos. Também houve registros em Paraná, Mato Grosso, Bahia e Rio Grande do Sul.
Entre 26 de setembro e 5 de dezembro, foram notificadas 890 ocorrências suspeitas, a maioria descartada após análise laboratorial. As autoridades alertam que o surto evidencia uma cadeia clandestina de bebidas adulteradas espalhada pelo país, não limitada a uma região específica.
Ações de Fiscalização e Repressão
Durante o surto, operações federais e estaduais foram conduzidas para investigar produtores e distribuidores de bebidas adulteradas:
- Operação Alquimia (Polícia Federal): analisou 24 empresas do setor sucroalcooleiro e distribuidoras de metanol.
- Operação Fronteira (Receita Federal): apreendeu 215 mil litros de bebidas em depósitos clandestinos no Ceará e no Paraná.
- Fiscalização do Ministério da Agricultura: resultou na apreensão de 793 mil litros de produtos irregulares e no fechamento de 22 estabelecimentos.
Mesmo com o declínio de casos, a cadeia ilegal segue ativa, mantendo o risco de novos episódios de intoxicação.
Distribuição de Antídotos e Desafios do Atendimento
O Ministério da Saúde reforçou o estoque estratégico de antídotos, incluindo 1.500 ampolas de fomepizol e unidades de etanol medicinal, além de manter 2,6 mil ampolas reservadas para emergências.
Especialistas alertam que, embora os estoques estejam garantidos nos estados, a logística de distribuição rápida é essencial, já que o fomepizol deve ser administrado logo no início dos sintomas para evitar danos neurológicos graves.
Mortes Confirmadas e Riscos Persistentes
Entre os 22 óbitos confirmados, a distribuição é a seguinte: 10 em São Paulo, 5 em Pernambuco, 3 no Paraná, 3 no Mato Grosso e 1 na Bahia. Outros nove casos ainda estão em investigação.
O metanol é extremamente tóxico, podendo causar cegueira, falência de órgãos e morte mesmo em pequenas quantidades. As autoridades reforçam que, apesar da desaceleração do surto, novos casos podem ocorrer devido à circulação contínua do álcool industrial e à produção de bebidas clandestinas.
Perspectiva das Autoridades
O Ministério da Saúde afirma que seguirá monitorando notificações e distribuindo alertas, garantindo que o país esteja preparado para reagir rapidamente a qualquer novo episódio de intoxicação. A medida busca equilibrar o retorno à rotina do sistema de vigilância com a necessidade de manter a população protegida.



