Tarifas dos EUA podem reduzir receita do agro brasileiro em 2026
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) projeta que o agro brasileiro pode perder até US$ 2,7 bilhões em 2026 caso o governo dos Estados Unidos confirme o novo pacote tarifário em avaliação. As tarifas adicionais, que podem chegar a 40%, incidirão sobre produtos que não forem incluídos nas listas de exceção, atingindo aproximadamente 22% das exportações brasileiras do setor destinadas ao mercado americano.
O alerta foi feito durante a apresentação do balanço de 2025 e das projeções econômicas para o próximo ano.
Exportações em queda antes mesmo das novas tarifas
Os embarques do agro para os EUA já mostram sinais de desaceleração. Entre agosto e novembro, houve uma queda de 37,85% em comparação ao mesmo período de 2024 — um indicativo de que o ambiente comercial está se deteriorando antes mesmo da implementação das tarifas.
A CNA aponta que a falta de previsibilidade dificulta decisões de investimento e planejamento logístico para produtores e exportadores.
Risco de perda de mercado e redirecionamento de cargas
Caso o tarifaço seja confirmado, produtos brasileiros podem perder competitividade nos EUA, forçando empresas a redirecionar suas cargas para destinos com menores margens de lucro. A entidade afirma que a reconfiguração das rotas globais de exportação é um cenário provável, com risco de impacto direto na renda dos produtores.
Pressões externas além dos Estados Unidos
O cenário internacional para o agronegócio brasileiro também é impactado por outros fatores, entre eles:
- Acordo Mercosul–União Europeia: avanço das negociações com possibilidade de inclusão de salvaguardas para produtos agrícolas.
- Lei Antidesmatamento Europeia: adiamento de sua implementação, mas manutenção das exigências futuras.
- 15º Plano Quinquenal da China: intenção de reduzir a dependência de importações, reforçar políticas de estoques e aumentar exigências sanitárias.
Esses elementos elevam a necessidade de diversificação de mercados e reforçam a urgência de estratégias diplomáticas e comerciais mais robustas.
Caminhos possíveis para o agro brasileiro
A CNA defende que o Brasil precisa:
- Negociar para minimizar impactos do tarifaço.
- Aumentar a competitividade interna por meio de redução de custos logísticos.
- Ampliar acordos comerciais com mercados de alta demanda.
- Investir em certificações e padrões ambientais capazes de atender às exigências internacionais.




