O Ministério da Saúde anunciou que a vacinação contra a dengue começará em fevereiro, em duas doses, priorizando crianças e adolescentes. A imunização será realizada em 521 municípios de regiões endêmicas do país, em meio ao aumento de infecções.
Segundo o ministério, 16 estados e o Distrito Federal têm municípios que atendem aos critérios para o início da vacinação. Devido à produção limitada de doses, foi necessário estabelecer prioridades.
As regiões selecionadas precisam preencher três critérios: serem compostas por municípios de grande porte, com mais de 100 mil habitantes; terem alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024; e apresentarem maior predominância do sorotipo DENV-2.
Serão vacinados crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária com maior número de hospitalizações por dengue, totalizando cerca de 16,4 mil casos de janeiro de 2019 a novembro de 2023. Eles ficam atrás apenas das pessoas idosas, para as quais a vacina não foi autorizada pela Anvisa.
O primeiro lote de 750 mil vacinas Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, chegou ao Brasil no último sábado, fazendo parte das 1,32 milhão de doses que serão distribuídas gratuitamente via SUS. As 5,2 milhões de doses restantes chegarão em etapas até novembro, totalizando cerca de 6,4 milhões.
O restante das doses, 5,2 milhões, chegará em etapas até novembro, somando cerca de 6,4 milhões, adquiridas da farmacêutica. O imunizante é aplicado em um esquema de duas doses, com intervalo de 90 dias entre elas.
A Saúde já contratou 9 milhões de doses para 2025, adquiridas no mesmo contrato para a aquisição dos imunizantes deste ano.
A vacina passou por todas as avaliações antes da incorporação ao sistema público, analisada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias.
O Ministério da Saúde classificou como “preocupante” a circulação dos quatro sorotipos da dengue no país e implementará estratégias diversas para o controle da doença.
Em 2022, o Brasil registrou mais de 2 milhões de casos de dengue. Até junho de 2023, a Organização Mundial da Saúde relatou 2.162.214 casos e 974 mortes por dengue em todo o mundo.
Além da nova vacina, a Dengvaxia, da farmacêutica francesa Sanofi Pasteur, também foi liberada pelo SUS, sendo disponibilizada em redes particulares e recomendada para quem já teve dengue.
O Brasil enfrenta um aumento nas mortes por dengue, com 1.079 óbitos em 2023, comparados a 1.053 em 2022, conforme dados do Ministério da Saúde.
As regiões prioritárias para a vacina incluem os estados do Acre, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
Texto por: Redação